Faço todos os dias a marginal (de Lisboa) de casa para o trabalho e vice versa, e vejo os espigões floridos à berma da estrada do lado do mar. Agora estão a secar.
Chamam-lhe a planta dos cem anos, mas não vive tanto. No máximo, cerca de cinquenta anos. O que acontece é que só floresce uma vez, mas floresce com estilo. Cresce-lhe das entranhas, em poucos dias, um espigão de vários metros capaz de partir o tecto de vidro de uma estufa. Depois morre. Mas as sementes que deixa cair vão germinar no mesmo lugar. Daí o engano.
O porte e o espigão são de tal forma impressionantes que deram à planta dos cem anos o nome de Agave, um termo que tem origem no Grego e que significa nobre. Mas a Agave, que tem mais de 200 espécies, dá muito mais que porte. Mescal, sisalana e tequilhana são apenas três das espécies mais conhecidas. A planta tem grande importância económica no México e outras regiões áridas e tropicais, nomeadamente as variedades que são a base do sisal e da tequilha. No México consomem-se bebidas alcoólicas produzidas a partir da Agave que não se recomendam a quem seja fraco do fígado.
Por cá chama-se Pita ou Piteira. A foto é da variedade marginata, assim chamada por causa das estrias amarelas nas margens das folhas.